quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

AS QUATRO QUALIDADES DE UMA IGREJA MISSIONÁRIA

TEXTO: At 13.2,3
INTRODUÇÃO:

·      Como deve ser caracterizada a igreja evangélica brasileira em seu propósito de ser uma igreja verdadeiramente missionária no Brasil e no mundo? Biblicamente falando, todo campo missionário deveria se tornar, obrigatoriamente, numa base missionária. Mas por uma série de fatores que lamentamos, nem sempre é essa a realidade em termos de igreja brasileira.
·      Já a igreja de Antioquia era, sem sombra de dúvida, um exemplo de igreja missionária. A igreja que outrora foi campo, que o Espírito Santo preparou para receber a boa semente do evangelho, cresceu e frutificou, passando a ser oficialmente o portal da missão entre os gentios; pois quando o Espírito Santo disse em Atos 13.2, "Separai-me agora ..." a partir daquele momento a igreja de Antioquia não seria mais a mesma em termos de visão e ação missionárias.

TRANSIÇÃO: Lucas em At 13 nos convoca pra ler estudar e observar os princípios de uma igreja missionária e mais do que isso, Lucas nos revela neste texto sobre as 4 qualidades indispensáveis de uma igreja missionária.

1.                  IGREJA MISSIONÁRIA É IGREJA ADORADORA.

ð Atos 13.2 inicia assim: "E, servindo eles ao Senhor...". O verbo grego aqui compreende por servir em adoração, prestar culto a Deus. O particípio presente servindo indica ação contínua.
ð Uma igreja só pode ser verdadeiramente missionária se for verdadeiramente adoradora e vice-versa.
ð O culto, em sua dimensão humana, surge da missão. É o resultado espontâneo da experiência da redenção. Do mesmo modo, a missão deve ser vista como um acontecimento cultual, porquanto celebra o que Deus tem feito por homens e mulheres em Jesus Cristo e os chama a receber e compartilhar o dom da graça de Deus.
ð O culto deve levar a igreja a fazer missões At 2.42-47.
ð Missões, por sua vez, devem levar os perdidos a prestarem culto a Deus At 13.44-49. Pois uma adoração que não leva a igreja a evangelizar não passa de mera contemplação, e uma evangelização que não leva os pecadores a adorarem a Deus está fora dos propósitos do próprio Deus.
ð "A liturgia sem missão é como um rio sem manancial, a missão sem culto é como um rio sem mar. Ambos são necessários. Sem um o outro perde sua vitalidade e significado".

2.                  IGREJA MISSIONÁRIA É IGREJA DE ORAÇÃO.

·      A oração é a essência da obra missionária. Não é só uma atividade necessária ao sucesso da obra, é a obra em si. É a prática mais missionária possível, quando vivida de maneira bíblica.
·      Essas duas atividades devem vir interligadas uma na outra. Nunca é demais enfatizar a importância da prática da oração na obra missionária.
·      Quando o Espírito Santo ordenou que a igreja de Antioquia separasse Paulo e Barnabé para a obra que os tinha chamado, a igreja estava em oração Atos 13.2 e 3.
·      O versículo dois diz o seguinte: "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando...". O fato de a igreja estar jejuando subentende-se que ela estava também orando.
·      Seria incoerente pensar que uma igreja que estava adorando a Deus e jejuando não estivesse em oração. Nem toda oração é feita em jejum, mas todo jejum bíblico é feito com oração. Além disso, temos uma evidência explícita de que a igreja de Antioquia realmente orava naquela ocasião v3: "Então, jejuando e orando...".
ð É provável que o exemplo da igreja de Antioquia tenha marcado positivamente o ministério de Paulo. Paulo foi um homem de oração e recomendava às igrejas que orassem por ele e pela expansão do evangelho de Jesus Cristo.
ð Agora, mais do que simplesmente orar, a igreja de Antioquia era uma igreja que exercia a prática do jejum. É impressionante a ênfase que Lucas dá ao jejum na igreja de Antioquia.
ü A ênfase de Lucas é importante por duas razões pelo menos:
1) Não devemos pensar que a igreja de Antioquia jejuava porque trazia resquícios do judaísmo. Esta não seria uma forma inteligente de pensar, primeiro porque Lucas era gentio (provavelmente da cidade de Antioquia da Síria) e, por isso mesmo, qual o interesse dele em dar tanta ênfase a uma prática estritamente judaica? A igreja de Antioquia foi uma das igrejas mais anti-judaicas do passado, naquilo que se refere às práticas religiosas do judaísmo. Direta ou indiretamente o Concílio de Jerusalém de Atos 15 aconteceu em razão desse anti-judaísmo-cerimonialista.
2) Acreditamos que Lucas fez questão em enfatizar a prática do jejum pela igreja de Antioquia, primeiramente para mostrar que jejum e oração não são incompatíveis na vida de uma igreja e, em segundo lugar, mostrar como esta prática era (e deve ser) valorizada no meio de uma igreja verdadeiramente missionária.

·      Se muitas de nossas igrejas têm falhado na prática da oração, e falhado mais ainda em rogar ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a Sua seara, em interceder pelos missionários e orar pela obra missionária de um modo geral, o que dizer então da prática do jejum em nossas igrejas?
·      A igreja de Antioquia buscava a presença de Deus pelo simples prazer de estar servindo a Deus.

3.                  IGREJA MISSIONÁRIA OUVE A VOZ DO ESPÍRITO SANTO.

ð Enquanto a igreja orava, é provável que o Espírito Santo falou. Não sabemos ao certo como o Espírito Santo falou. Seja como for, Ele falou e a igreja ouviu.
ð O verbo "ouvir" é empregado em mais de um sentido nas Escrituras. Pode significar: captar, entender, abraçar e obedecer o que se ouve. Alguém pode escutar e ouvir, no sentido literal, o som das palavras, entender as palavras, mas ser totalmente surdo quanto à prática dessas palavras.
ð A igreja de Antioquia era uma igreja sensível à voz do Espírito, e mais do que aguçar os ouvidos para ouvir a Sua voz, ela ouviu, principalmente, obedecendo.
ð Eis aí a voz do Espírito que muitas vezes tem sido ignorada pelos crentes: A igreja no mundo e para o mundo. É nisso que Deus espera ser ouvido e obedecido.

A igreja precisa abrir os ouvidos pra ouvir o clamor dos perdidos.
Se a igreja brasileira der ouvidos à voz do Espírito, com certeza ouvirá a voz dos que precisam ser ouvidos.

4.                  IGREJA MISSIONÁRIA É COMPROMISSADA COM OS MISSIONÁRIOS.

ð O que determina, de certo modo, se uma igreja é ou não missionária é o seu envolvimento e compromisso com os missionários. Este compromisso mostrará até onde a igreja está engajada em missões e, principalmente, até onde ela tem sido obediente à voz do Espírito de Deus, mesmo quando atua na retaguarda.
ð A igreja de Antioquia era uma igreja de compromissos. Ela estava compromissada com Deus (servindo a Deus, jejuando e orando, Atos 13.2,3) e com os missionários (impondo sobre eles [Barnabé e Saulo] as mãos, os despediram, Atos 13.3).
·      É importante destacar, antes de tudo, que o envolvimento missionário da igreja de Antioquia não estava limitado àqueles cinco nomes de Atos 13.1. E mesmo se a imposição de mãos sobre Paulo e Barnabé tivesse sido realizada por apenas três deles, nem por isso deixaria de ser o trabalho da igreja toda. "Toda a igreja de Antioquia estava envolvida em comissionar Barnabé e Saulo, pois quando os missionários retornaram, eles relataram à igreja o que Deus tinha feito, At 14.27".
·      Em Atos 13.3 não aconteceu o que vemos hoje em dia. Paulo e Barnabé não foram lançados num campo e deixados "ao deus dará". A igreja não se esqueceu daqueles que enviou e os missionários, por outro lado, não se lembraram da igreja somente quando o dinheiro da missão encurtou.
·      Atualmente, o que temos visto com freqüência são as agências ou juntas de missões ocupando o lugar da igreja local. Não que as agências não tenham seu devido valor, é claro que têm. Ademais, as agências de missões, em si, não tiram a responsabilidade missionária das igrejas. Contudo, se hoje elas estão ocupando o lugar das igrejas, indo além de suas atribuições, é porque as igrejas estão aquém de sua vocação.

CONCLUSÃO: Falando ainda acerca da importância da igreja local em missões, quero destacar quatro coisas que, deveriam acontecer em nossas igrejas.

1)   A igreja local como um todo precisa receber, compreender e assumir a visão de seu lugar na obra missionária, além de compreender as dimensões bíblica, espiritual, cultural e financeira desta tarefa.
2)   A igreja local, compreendendo sua importância para missões, não pode transferir esta responsabilidade.
3)   A igreja local, ainda, precisa assumir por completo a sua responsabilidade missionária. (envio e sustento missionário).
4)   Por fim, a igreja local precisa conscientizar-se e vêr-se como a principal agência missionária da face da Terra. Orar tendo isso em mente, agir tendo isso em mente, pregar tendo isso em mente, trabalhar tendo isso em mente.

·      Para Deus só existem duas coisas: Ou somos campo, ou somos base missionária. Se somos campo, precisamos ser evangelizados, mas se somos base, então está na hora de trabalhar. A omissão não pode ser a missão de uma igreja vocacionada pelo Espírito Santo de Deus.

Contatos: Pr. Nilton Jorge
(22) 98135-8547 ou 981043222

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