O LIVRO DOS
JUÍZES
O Título do livro, JUÍZES
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Refere-se
aos lideres políticos e militares que usados por Deus livraram Israel do
domínio militar de seus inimigos. Seis juízes ganham mais detalhes sobre o
que fizeram (Otniel, Eude, Débora e Baraque, Gideão e Abimeleque e Sansão.
Destes, apenas Débora realiza realmente a função de um juiz. A palavra
hebraica traduzida por JUIZ, melhor traduzida seria LÍDER.
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Autoria
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Não
existem muitas evidencias interna sobre sua autoria. Alguns comentaristas
sugerem Samuel. Com certeza o autor deve ter vivido no inicio do reinado de
David. Existe uma ênfase na discussão sobre de qual tribo deveria vir o rei
de Israel. Os eventos inseridos no livro depõem contra a tribo de Benjamin.
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Período histórico
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As narrativas do livro compreendem um
período de cerca de 350 anos que vai desde a morte de Josué (1400 a.C.)até a
instalação da primeira monarquia em Israel(1050 a.C.).
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Focos do livro
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O autor acentua um fato primordial –
A decadência espiritual pós conquista de Canaã. O povo afastou-se de Deus,
apostatou. A geração pós Josué não ouviu a respeito dos atos de Deus (2.10).
Por causa disto desobedeceram a Deus e entraram em um ciclo vicioso – Desobediência,
castigo, pedido de socorro, Deus intervém, libertação, volta ao ciclo.
Ao mesmo tempo por duas vezes
registra algo muito triste – 17.6 e 21.25, o povo não obedecia a Deus e por
isso sofria as conseqüências das próprias decisões.
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DEUS NO LIVRO DE JUÍZES
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O
autor acentua. “O Deus da aliança” que cumpre sua aliança com o povo, mas
disciplina o pecado.
Também
o livro aponta para um traço amoroso de Deus – O Deus libertador, que envia
sempre um libertador para o seu povo, prenunciando a vinda de Cristo, que
numa morte violente libertaria as pessoas do domínio do pecado.
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DEUS
EM JUÍZES – DEUS LIBERTADOR, DISCIPLINADOR E GRACIOSO, FIEL A ELE MESMO E À
ALIANÇA FEITA COM OS PAIS DE ISRAEL
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A
QUESTÃO DA GUERRA NA CONQUISTA DA TERRA PROMETIDA
A
QUESTÃO DAS GUERRAS ORDENADAS POR DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO
(Não
as Guerras Santas, mas as Guerras de Deus)
( Deuteronômio 20.16-17; Deuteronômio 7.1-10; Números 25.1-6; Levítico 18; Genesis 15.16 |
- O
termo Guerra Santa não existe nem no AT nem no NT
- Ao
ordenar que os Israelitas matassem os cananitas, Deus estava julgando os
cananitas por causa da imoralidade e violência deles. (cf. Genesis 15.16).
- Deus
deu o tempo suficiente para os cananitas se arrependerem, mas o dia do
julgamento chegou. (Deuteronômio 7.10 cf. Genesis 15.16)
- Deus
não queria que o seu povo fosse contaminado pelas práticas imorais e
violentas dos cananitas. (Deuteronômio 7.1-10). Ao mesmo tempo, a
imoralidade daquele povo havia chegado ao limite (cf. Genesis 15.16).
Desta forma, guerrear e matar os cananitas expressam o julgamento
determinado por Deus a fim de punir aquele povo bem como para demonstrar
sua santidade e exercer sua justiça.
- As
guerras que Deus ordenou foi o meio escolhido por Deus para preservar a
vida espiritual do seu povo (cf. Números 25. 1-2). Deus é soberano para
escolher como agir.
- Nem
o Jihad nem as chamadas Cruzadas Protestantes expressam a vontade Deus
para nossa época. Nem uma nem outra existe porque quer zelar pela
santidade de Deus ou punir a violência ou a imoralidade que são contra a
vontade de Deus. A Jihade tenta estabelecer um reino que não é o Reino de
Deus e as Cruzadas representaram muito mais um poder político do que uma
ação aprovada ou motivada pelo amor a Deus. Tanto uma como a outra
ilustram aquilo que Deus condenou entre os cananitas: violência e
imoralidade.
- Nas
guerras ordenadas por Deus no Antigo Testamento, não havia um senso de
mártir na vida dos soldados, como existe no Jihad. No Jihad, é o homem
quem luta, o morrer é martírio e ato heróico e o consolo vem na vida após
a morte. Nas guerras do Antigo Testamento, quando um soldado morria, isto
era sinal que Deus não estava com o exército. (cf. Salmo 44)
- Deus
nunca planejou que Israel se tornasse um pais guerreiro, como era a
cultura dos outros povos. Pelo contrário, em vez de Israel lutar, era Deus
que estava com eles. Assim, não importava o tamanho do exercito do
inimigo, que em geral era superior. Mas, por Deus estar com eles, eles
seriam vitoriosos (cf. Deuteronômio 20.1)
- Deus
é um Deus de amor e justiça – Se fosse apenas justo, não teria dado tempo
para povo cananita arrepender-se. (cf. Genesis 15.16) Se fosse apenas
amor, sua santidade não seria vista e a injustiça, a violência e a
imoralidade campeariam sem medida.
- O
Deus de amor e de justiça é visto inteiramente em Jesus Cristo. Deus manda
seu filho até a Cruz. Como entender um Deus amoroso que deixa seu filho
ser crucificado? Como entender um Deus justo que deixa a violência,
imoralidade e impiedade seguir livre? Em Cristo, o ímpio, o imoral e o
violento encontram perdão e recomeço de vida Fora de Cristo, o ímpio, o
imoral e o violento esta destinado à perdição eterna.
INTRODUÇÃO
Antes de criar o homem à sua
imagem e semelhança, Deus criou o mundo e o Jardim do Éden, o local adequado
para ele colocar a coroa da criação, que é o homem e a mulher. Mas, o homem
pecou, desobedeceu a Deus. A queda do homem afetou toda a humanidade e o pecado
passando de pai para filho estragou a beleza interior do homem e do mundo. Deus
resolveu destruir o mundo e enviou o dilúvio.
Depois do dilúvio, resolveu criar um
povo com o intuito de através da relação com este povo demonstrar seu amor para
com o homem. Assim, veio a época dos Patriarcas. Deus fez uma promessa a
Abraão, uma aliança que dele (Abraão) brotaria uma grande descendência, maior
que as estrela do céu. A promessa foi feita e ratificada a Isaque, filho de
Abraão, e a Jacó, filho de Isaque. Dos filhos de Jacó vieram as 12 tribos que formavam
a nação Israel. Os descendentes foram feitos escravos no Egito. Depois de 400
anos o povo clamou a Deus e Deus enviou um libertador, Moisés. Veio a fase da
escravidão, da libertação e da conquista da terra que Deus havia prometido que
daria à descendência de Abraão. Depois, então, da fase da escravidão,
libertação e conquista, A FASE DOS JUÍZES.
DEUS É UM DEUS DE JUSTIÇA E DE AMOR. Ele sempre será assim. No livro de Juízes, no entanto, mais um detalhe é ressaltado. O Deus libertador. Deus liberta o seu povo do domínio do pecado deles mesmos e do domínio dos poderes pecadores. O povo cai em um ciclo vicioso, mas Deus sempre tem a saída, o que aponta para a vinda do Messias, o libertador final, aquele que nos transporta do reino das trevas para o Reino de sua maravilhosa luz. Deus cumpre sua aliança de amor com Israel, mas ao mesmo tempo exercita e comunica seu atributo de justiça.
I – DEUS AGE DIANTE DA DESOBEDIÊNCIA DO
SEU POVO - Juízes 2.1-5
O Deus da aliança é amoroso, fiel, mas também disciplinador.
- O
povo desobedeceu à ordem de Deus (cf. Deuteronômio 7.1-5) – Juízes 2.1-3
Nós vamos encontrar o povo de Israel durante o período de Juízes em uma
época de crise. Crise por causa da desobediência ao que Deus havia dito para
eles fazerem quando entrassem em Canaã. Deus pergunta,POR QUE VOCÊS NÃO
OBEDECERAM? Não obedeceram ao que? Deus havia ordenado que no processo de
conquista da terra prometida, os israelitas deveriam exterminar os cananitas.
Esta ordem foi dada através de Moisés, conforme Deuteronômio 7.2. Da mesma
forma, a ordem é repetida em Deuteronômio 20.16-18.
- Deus
havia mandado matar os habitantes da terra por causa da iniqüidade deles
(Deuteronômio 7.1-4 cf., Gênesis 15.16; Deuteronômio 20.16-17)
Esta ordem de Deus é muitas vezes mal
compreendida. Ela nos leva a lidar com um assunto difícil do AT que são as
guerras. As guerras ordenadas por Deus. Neste caso, Deus mandou, literalmente,
Deus mandou Israel expulsar os cananitas e destruí-los. Qual a razão desta
ordem? Voltemos na história do povo de Israel. No estabelecimento da aliança
com Abraão, Deus disse que o povo dele voltaria para a terra de Canaã depois de
serem escravos por 400 anos. Deus então se refere à maldade dos cananitas,
maldade esta que ainda não havia atingido seu limite. Em outras palavras, Deus
estava dando tempo para o povo de Canaã se arrepender e mudar de vida. DEUS É
GRACIOSO.
É o mesmo Deus do Novo Testamento
afirmado no Antigo Testamento como o Deus que é gracioso por mil gerações, mas
visita a iniqüidade dos pais nos filhos até a quarta geração . Então a ordem
Deus para Israel matar os cananitas é clara. Foi Deus quem mandou. Não podemos
dizer que Israel fez algo que não ficou muito claro, ou fez algo além do que
Deus pedira. Não, a ordem para matar e para guerrear e para destruir veio de
Deus. Deus é Deus gracioso, mas é Deus de justiça. Deus é um Deus de amor e
justiça – Se fosse apenas justo, não teria dado o tempo para povo cananita
arrepender-se. (cf. Gênesis 15.16).
Se fosse apenas amor, sua santidade não
seria vista e a injustiça, a violência e a imoralidade campeariam sem medida.
Neste momento é bom lembrar algumas das práticas cananitas. Por exemplo, o
culto a Baal. Baal era o deus da fertilidade no panteon cananita. Alguns dos
tabletes que contam a história dos cananitas encontrado em escavações há cerca
de 50 anos atrás narram um pouco da crença cananita sobre Baal. Diz-se na
mitologia cananita que Baal foi morto por um deus chamado Mot, que era o deus
criador dos outros deuses. Mas, Mot foi assassinado por Asterote e daí Asterote
trás Baal de volta para vida depois de uma relação sexual com ele.
Cada vez que Asterote tinha relações
sexuais com Baal, Baal revigorava-se e fazia com que a colheita dos cananitas
fosse renovada e enriquecida. Assim, o povo cria que as relações sexuais com as
prostitutas cultuais eram uma forma de manter Baal vivo e este vivo poderia
causar as colheitas serem cada vez mais frutíferas e rentáveis. Então, na época
de estiagem, entre maio e outubro, as famílias dos cananitas se envolviam em
orgias a fim de manter Baal vivo. Neste contexto também crianças eram
sacrificadas ao deus Moloque como um meio também de apaziguar a ira dos deuses
afim de que a terra viesse a ser mais frutífera. Este era o ambiente que as
famílias cananitas viviam e seus filhos cresciam. Tem outro aspecto que
ressalta ainda mais a ação cananita contra Deus.
O nome Baal significa marido. Como deus
ele então era o provedor, casado com seu povo. Em vez de reconhecer o único
Deus, os cananitas buscavam outros deuses e assim a idolatria campeava na
nação. Isto mais tarde influenciaria Israel buscar no “marido que não era dela”
(prostituição espiritual) os recursos para uma colheita rica. Imagine que, por
exemplo, em nossas vidas vir ao culto comunitário é parte do nosso cotidiano,
da nossa experiência norma de adorçao. Para os cananitas ir ao templo com suas
famílias participar de orgias como um culto era uma coisa muito normal. ISTO
ERA ABOMINAÇÃO PARA DEUS.
Violência era outro traço pecaminoso
dos cananitas. Fazer guerra era parte da cultura dos povos do oriente no tempo
de Israel. Na realidade, guerras era um negócio rendoso. Os reis aumentavam
seus domínios e os soldados podiam saquear as cidades invadidas. Estar na guerra
era uma fonte de renda, pois muitos enriqueciam ao custo da vida dos outros e
das injustiças praticadas. A iniqüidade dos cananitas chegou ao limite e por
isso Deus manda Israel aniquilá-los ou destruí-los completamente. Algumas vezes
Deus matar e destruir tudo, homens e mulheres (Deuteronômio 20.16) e em outras
ocasiões poupava alguns (Números 31.7-12; 17-18). O Deus do AT é um Deus é
sanguinário como alguns dizem? Não. Deus é justo. Deus é justo tanto no AT como
NT e Deus é gracioso tanto no AT como NT (Efésios 2.8-10; Mateus 11.27,28) Mas,
no capítulo 7 de Deuteronômio Deus manda aniquilar aqueles povos que formavam a
nação cananita. Como conciliar o Deus amoroso com o Deus justo? No podemos
dizer que algo fácil de conceber Deus ordenando o povo de Israel aniquilar seus
inimigos cananitas. Mas, Deus é soberano para decidir como lidar como pecado. E
nisto podemos descansar, mesmo sem muitas vezes entender o porque nem a forma
pela qual Deus age.
Ainda dentro deste contexto, é
necessário ressaltar que as guerras não são santas, mas as guerras são de Deus.
As guerras ordenadas para serem obedecidas por Israel foram sancionadas
claramente por Deus e Deus se mostra para Israel como o comandante chefe destas
guerras. Israel seria vitorioso por causa disto e não por causa do tamanho do
exercito deles. O ponto principal aqui é que Deus daria a direção e a presença
e o poder. Israel seria apenas um instrumento. E por ser assim, ISRAEL SEMPRE
SERIA VITORIOSO. Foi assim que ele disse através de Moisés, “não te espantes
diante deles, porque o Senhor teu Deus estará com vocês, Deus grande e
temível... nenhum homem poderá resistir-te até que os destruas”. (Deuteronômio
20.21-26). Tudo isto por causa da santidade de Deus, por causa da aliança de
Deus com seu povo através de Abrão e por causa de um zelo de Deus – DEUS
NÃO QUERIA QUE O POVO FOSSE CONTAMINADO PELA CULTURA CANANITA.
- O
povo se afasta de Deus e se aproxima de praticas que Deus havia declarado
ser abominável – Juízes 2.3-, 13. – O mundo “canaanizado”
Impedir que o povo assimilasse a
cultura cananita era uma das razões que Deus teve para mandar aniquilar aquela
nação. Foi assim que ele falou em Deuteronômio 7.4, “...pois eles fariam
desviar os teus filhos de mim para que servissem a outros deuses...”. Na realidade
o que Deus previu, aconteceu. No tempo dos juízes o povo estava totalmente
corrompido pelas práticas cananitas. Em Juizes 2.13 está registrado que os
israelitas “abandonaram o Senhor e prestaram culto a Baal e Astarote”. Quando
Deus ordenou a guerra era para evitar isto. Deus queria fazer uma cirurgia
completa para não perder todo o povo, da mesma forma que um cirurgião não
hesita amputar uma perna gangrenada de um paciente a fim de preservar a vida
deste mesmo paciente.
Entre os versículos 19 e 36 do capítulo
primeiro aparecem várias referencias dizendo que os lideres de Israel não
fizeram como Deus havia dito para fazer – aniquilar o povo cananita. Eles foram
deixando um pouco aqui, um pouco ali e de repente toda a nação estava
contaminada, e o povo adorando Baal e Astarote. ISRAEL “CANAANIZOU-SE”.
Imoralidade e violência se tornaram parte da cultura do povo. Cultos
permeados por orgia sexual começaram a fazer parte dos valores do povo, algo
que Deus disse para eles não aprenderem e se afastarem. A narrativa tem este
ponto triste quando diz os e pais deram suas filhas em casamento aos cananitas
e o povo passou a prestar culto a Baal e a Astarote (2.13 cf. 3.6). Que
tristeza, simplesmente porque desobedeceram. Simplesmente porque não creram que
poderiam vencer os inimigos. Eles não tinham que ter forças neles mesmos. Nunca
teriam, pois eram despreparados para as guerras. Mas porque não confiaram no
que Deus disse quando disse que estariam com eles, o povo de Deus caiu na
armadilha do engano do pecado.
- Deus
deixa os inimigos rodeando Israel como disciplina– Juízes 3.1-5
Como conseqüência, Deus deixou-os
seguir por este caminho, o caminha dos cananitas. Os povos cananitas se
tornariam uma pedra no sapato deles. Ora os dominariam, ora seriam subjugados.
Uma nação que não precisaria se preocupar com a guerra, em termos de vencer,
pois teria Deus sempre ao lado dela, agora vai ter que aprender a guerrear e
lidar com a tentação de fazer da guerra algo rendoso. Agora viveriam
constantemente sendo testados, quando antes, se houvessem obedecido não
precisariam ser testados.
- O
ciclo criado – PECADO/CASTIGO E /CLAMOR E ARREPENDIMENTO/DEUS
LEVANTA UM JUIZ/LIBERTAÇÃO --> O
ciclo recomeça. (2.16-19)
O autor do livro então aponta para um
ciclo vicioso entre o povo de Israel. Eles desobedeceram a ordem de Deus. Por
isso são castigados. Ficam sob o domínio daqueles que deveriam ter expulsado. O
domínio gera opressão e então o povo pede socorro a Deus. O Deus justo, também
é Deus da graça e fiel ao que havia prometido aos patriarcas. Deus ouve o
clamor do povo e então levanta um juiz ou líder que vence os opressores e trás
libertação para Israel. Enquanto o juiz vivia, o povo andava nos caminhos do
Senhor, mas logo após a morte do juiz, o povo voltava às práticas antigas, de
uma forma pior ainda (3.19)
- O
papel de Otniel e Eude – Juizes3. 11,12;3.15-4.1
Otniel e Eude são os dois primeiros
juízes levantados por Deus. Otniel, genro de Calebe foi levantado por Deus para
livrar os Israelitas do domínio do rei da Mesopotâmia, domínio este que durou
OITO ANOS. Quando Otniel foi usado por Deus, o povo gozou paz por 40 anos. Veja
a triste expressão no 3.12, “... mais uma vez os israelitas fizeram o Senhor
reprova e por isso o Senhor os entregou a Eglon, rei do Moabe.”
Então surge Eude, identificado como um canhoto. Na realidade, os comentaristas , alguns deles, proferem dizer que Eude era não canhoto, mas na nomenclatura de hoje um homem com necessidades especiais. Provavelmente ele tinha algum impedimento físico. Talvez seja por isso que a história dele como um libertador não envolva o comando de um exercito em uma batalha, mas faz um faca de dois gumes e enfia no gordo estomago do rei moabita. Nestas duas historias Deus age vitoriosamente independentemente das qualidades pessoais ou militares do líder que ele apontou. Otniel era um guerreiro reconhecido.
Eude, provavelmente com limitações de
locomoção. Mas, ambos são vitoriosos porque a guerra não era deles nem era uma
guerra santa. Era uma guerra de Deus, por isso Deus venceu. Ao vencer e
libertar seu povo, Deus reafirma sua fidelidade. Ao deixar o povo ser subjugado
por causa da dureza de coração (2.19), Deus reafirma sua justiça
Estas experiências descritas no inicio do livro dos Juízes apontam para algo muito importante. Somos semelhantes ao povo de Israel e vivemos numa cultura semelhante a cultura cananita. Vivemos numa cultura “canaaneizada” onde não temos orgias sexuais como culto, mas libertinagem sexual tornou-se parte da nossa cultura. Pedofilia virou um comportamento corriqueiro. Sexo desde a pré adolescência é um fato real. Não temos os tabletes que contam a história das orgias sexuais nos templos como no tempo dos cananitas, mas tempos as revistas Playboys ou Sexy, os filmes pornográficos e a pornografia aceita nas novelas, filmes, etc, que muitas vezes se assistem na sala de estar das melhores famílias deste mundo.
Estas experiências descritas no inicio do livro dos Juízes apontam para algo muito importante. Somos semelhantes ao povo de Israel e vivemos numa cultura semelhante a cultura cananita. Vivemos numa cultura “canaaneizada” onde não temos orgias sexuais como culto, mas libertinagem sexual tornou-se parte da nossa cultura. Pedofilia virou um comportamento corriqueiro. Sexo desde a pré adolescência é um fato real. Não temos os tabletes que contam a história das orgias sexuais nos templos como no tempo dos cananitas, mas tempos as revistas Playboys ou Sexy, os filmes pornográficos e a pornografia aceita nas novelas, filmes, etc, que muitas vezes se assistem na sala de estar das melhores famílias deste mundo.
Passamos a aceitar sexo antes e fora do
casamento como algo normal. Não nos chocamos mais. Agora faz parte da cultura.
Infelizmente, até no meio evangélico. Desculpamos nossos jovens e filhos
dizendo que é difícil manter-se virgem até ao casamento por causa da cultura na
qual estão inseridos. Nossa sociedade também ficou tão violenta como a
sociedade cananita. O caso Bruno e o caso Misael Bispo por mais de um mês
ocupam nossos noticiários e vendem como nunca espaço na mídia. E o que falar da
cultura do aborto? Matamos crianças sem darmos a elas uma chance de se
defenderem. Violência trás audiência na mídia e nos acostumamos com isto, da
mesma forma que as guerras traziam benefícios financeiros para os soldados.
Pior do que isto é quando não reconhecemos que não fazemos o mesmo que os
israelitas fizeram. Eles foram deixando os cananitas na terra. Nós vamos
deixando um pecado aqui outro ali ir tomando conta de nós. Flertamos ali com
alguém que não é nosso cônjuge e “tudo bem... Todo mundo faz isto”.
Sabemos que somos orgulhosos, mas
dizemos para nós mesmos, “quem não tem um pouquinho de orgulho” e daí
compartilizamos nossas vidas. Este pecado aqui é muito sério, mas este aqui
não... Para algumas coisas falamos com Deus a respeito, outras não. E assim,
aos poucos, o pecado entra na nossa vida e vai ficando e sem perceber nos
tornamos “canaaneizados”. Abusamos da graça e quando Deus nos disciplina,
perguntamos, Por que Deus? Por que o Senhor deixou isto acontecer comigo?
Mas, precisamos olhar para Deus – Deus ao agir como libertador em cada fase da época dos Juízes ilustrou para o povo o seu caráter. Deus enviou Jesus. Jesus teve uma morte violenta, a mais violenta da sua época. Por quê? Para trazer-nos a completa libertação do domínio do pecado em nossas vidas. Não é um líder ou juiz que pode libertar-nos de uma forma final do domínio do pecado, mas uma pessoa. Jesus Cristo. Os juízes conseguiam livrar o povo por enquanto. Mas, conforme ouvirmos do profeta Jeremias em seu livro no capitulo 31.31-33, Deus fará uma nova aliança e colocará no coração das pessoas um novo espírito. A partir daí, seremos para sempre livres. Jesus é o mediador desta nova aliança. Daqui a pouco celebraremos esta nova aliança como Jesus nos instruiu a fazer, quando comeremos do pão e beberemos do cálice.
- Queremos viver livre do vai e vem da vida, corramos para Jesus.
Mas, qual foi a razão do povo ter se
afastado de Deus desta forma? Uma nós já vimos, eles desobedeceram a Deus não
aniquilando os povos que encontraram na terra. Mas, existe uma outra razão para
esta fase difícil na vida dos israelitas. ELES NÃO DEIXARAM UM LEGADO PARA SEUS
FILHOS
II - DEUS ESPERA QUE UM LEGADO SEJA
DEIXADO DE GERAÇÃO PARA GERAÇÃO Juízes 2.8-10
O Deus da aliança espera responsabilidade e obediência por parte de seus filhos
A falta de um legado espiritual causou
Israel se corromper – Juízes 2.10. O povo errou porque não aniquilou os
inimigos cananitas. Mas, houve um erro pior. O povo não deixou um legado
espiritual. As gerações passada haviam ouvido da boca de Moisés que era para
ensinar a Palavra para seus filhos, conforme Deuteronômio 6. O desejo de Deus
ao entregar a Lei, entre outros desejos, era que os que a primeiro receberam
passassem-na para seus filhos e estes para a próxima geração. Deus disse,
ensine-as com persistência (Deuteronômio 6.7). Era para os pais falarem durante
o dia, durante a noite, etc.
Em outras palavras, os pais precisavam
investir tempo falando para seus filhos não somente o conteúdo da Lei, mas
contando a respeito das maravilhas que Deus operava no meio deles. O que autor
de Juízes diz? A nova geração depois de Josué surgiu uma geração que não
conhecia a Deus o que ele havia feito por Israel.. Como esta geração poderia
amar alguém que se diz amoroso sem ter ouvido como era e como agia o amor desta
pessoa?
Isto significa que os pais da geração
passada estavam tão ocupados com os afazeres e com os prazeres da cultura
cananita que não tiveram tempo de inculcar em seus filhos a palavra de Deus.
Será que a situação hoje é diferente? Alguns pais dizem que não têm tempo.
Estão trabalhando duro para poder pagar o melhor colégio para o filho e deixar
um futuro garantido para eles. Atrás disto está um motivo ou outro. A própria
insegurança dos pais, a desculpa que “não sei como fazer”. O resultado foi
funesto, OS FILHOS NÃO CONHECIAM A DEUS NEM OS SEUS FEITOS.
Pergunte para você mesmo, QUE
LEGADO ESTOU DEIXANDO PARA MEU FILHOS? Por falta de um legado espiritual, a
nova geração de israelitas “canaanizou-se”. Imagine uma família levantando aos
sábados e os filhos perguntando aos pais, onde vamos? E os pais respondem,
vamos ao templo de Baal. Ali os filhos viam os pais se prostituindo, troca de
casais, orgia sexual, pornografia, sacrifício de crianças. E viam tudo isto como
normal pois estava cultuando Baal, o marido da nação. Sabe por que isto estava
acontecendo em Israel? Porque a geração anterior não deixou um legado
espiritual para seus filhos. A falta de um legado tornou o povo vulnerável à
cultura imoral e violenta dos cananitas – Juízes 2.11. “Eles fizeram o que o
Senhor detestava e prestaram culto a Baal e Asterote”.
Imagine seus filhos vivendo em um mundo
onde a sensualidade é exacerbada, a violência é cultural e o conhecimento de
Deus é menosprezado? Como eles podem viver de uma forma sadia? E seus netos,
que tipo de mundo enfrentarão? Sabe o que pode mudar o mundo? O seu legado
focado nos valores de Deus. Mas, temos desculpas para construirmos um legado
para nossos filhos. Dizemos que não temos tempo ou que não sabemos como fazer.
Deixamos isto para nossas esposas. Tudo bem, elas podem fazer. Mas, para quem
os filhos estão olhando? Para os pais. O mesmo Deus que disse para investir
tempo nos filhos para ensinar a palavra é o mesmo Deus que lhe capacitará para
ensinar o que Ele pediu.
Sabe o que falta? UMA ATITUDE POR PARTE DOS PAIS. Vou priorizar isto na minha agenda. Mas, o que é um legado?
Sabe o que falta? UMA ATITUDE POR PARTE DOS PAIS. Vou priorizar isto na minha agenda. Mas, o que é um legado?
O legado constitui-se de uma historia
de vida que fala de Deus e vive o que ele ensina na vida pessoal, em casa,
entre amigos, no mundo onde se vive e trabalha. – O legado é uma herança. Claro
que no contexto que estamos estudando não tem a ver com dinheiro ou posses que
um pai ou mãe deixa para os filhos. Estamos falando em modelo de vida e
valores. O legado não é fruto de uma função, empresa e nem mesmo de um cargo. O
legado vem de uma pessoa. O maior legado que você pode deixar para seus filhos
não vem de títulos ou funções que ocupou, mas da pessoa que você foi. Filhos e
jovens anseiam por modelos, por pessoas que imitam Cristo em sua forma de
viver. Imitar Cristo não é ser doce ou bem educado. Imitar Cristo tem a ver com
o caráter de Cristo, de ter atitudes, palavras, ações e compromisso que
refletem a pessoa de Cristo. Para passar isto para os filhos demanda tempo.
Mas, vai além de precisar de tempo.
Precisa de uma resolução. “Eu quero passar ou deixar um legado para minhas filhas
de modo que elas saibam em quem eu creio, vejam coerência em minha vida e
queiram viver os valores que vivo”. Para deixar este tipo de legado, você
precisa primeiro ter este legado com você. E depois passar para seus filhos.
Daí eu posso deixar este legado para meus filhos. Não podemos deixar um legado
se não tivermos este legado. Passamos a construir este legado quando vivemos
conscientes que fomos chamados para sermos conformes a imagem de Cristo. Ao
nutrirmos isto em nossas vidas, nossos filhos e aqueles que estão vindo atrás
de nós ganharão um modelo de vida. Assim, a melhor riqueza que podemos deixar
para ele é o modelo de fé e compromisso com os valores de Deus. Isto os ajudará
a viver numa sociedade canaanizada sem, contudo, deixarem-se canaanizarem-se.
APLICAÇÃO FINAL
Queridos pais e amigos preciso lhes dar
uma palavra como pai e como pastor. Que legado estamos deixando para nossos
filhos e para nossa igreja? Será que as gerações vindouras conhecerão a Deus?
Eu mesmo como pastor também tenho minhas inseguranças. Minha esposa e eu temos
acertos e erros como pais. Nem
sempre acertaremos, mas se não nos envolvermos com o ensino bíblico em casa,
onde nossos filhos aprenderão? Nosso papel como pais é ensinar e viver a
Palavra perante eles. O resultado é com Deus.
O apelo é, ORE E PEÇA A DEUS A
OPORTUNIDADE DE INFLUENCIAR NOSSOS JOVENS PARA VIVEREM NO MUNDO COMO CRISTO
VIVERIA.
Tempo para
os filhos - Uma mensagem aos pais
Um menino, com voz tímida e os olhos
cheios de admiração, pergunta ao pai, quando este retorna do trabalho:
- Papai! Quanto o Sr. Ganha por hora?
O pai, num gesto severo, respondeu:
- Escuta aqui meu filho, isto nem a sua mãe sabe! Não amole, estou cansado!
Mas o filho insiste:
- Mas papai, por favor, diga quanto o Sr. ganha por hora?
A reação do pai foi menos severa e respondeu:
- Três reais por hora
- Então, papai, o Sr. poderia me emprestar um real?
O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade, respondeu:
- Então era essa a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me amole mais, menino aproveitador!
Já era tarde quando o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo. Querendo descarregar sua consciência doida, foi até o quarto do menino e, em voz baixa, perguntou:
- Filho, está dormindo?
- Não papai! (respondeu o sonolento garoto)
- Olha aqui está o dinheiro que me pediu, um real.
- Muito obrigado, papai! (disse o filho, levantando-se e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama).
Agora já completei, Papai! Tenho três reais. Poderia me vender uma hora de seu tempo?
"Será que estamos dedicando tempo
suficiente aos nosso filhos?"
Pr. Nilton Jorge
(22) 981358547
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