terça-feira, 8 de agosto de 2017

A ORAÇÃO MAIS OUSADA DA HISTÓRIA

Efésios 3.14-21
INTRODUÇÃO:

·      Capital da província romana da Ásia (atualmente, parte da Turquia), residência oficial do governador, cerca de 500.000 habitantes, grande centro cultural, comercial e religioso, Éfeso foi alcançada pelo Evangelho no final da segunda viagem missionária de Paulo, que ao chegar à cidade pregava aos judeus na sinagoga. Em sua terceira viagem missionária Paulo retornou a Éfeso, onde se estabeleceu por um período de três anos.
·      A igreja em Éfeso foi destinatária de duas cartas:
a)   A primeira enviada por Paulo entre 60-64 d.C. (Ef 1.1-2).
b)   A segunda enviada por Cristo através de João por volta do ano 96 d.C. (Ap 2.1-7).
·      Em seus primórdios, a igreja em Éfeso foi contemplada com a plenitude do poder do Espírito, derramada sob a imposição de mãos de Paulo, e manifesta através da manifestação do falar em línguas e de profecias At 19.6-7.
v Éfeso se tornou uma base missionária estratégica, a partir de onde todos os habitantes da Ásia foram alcançados pela mensagem do Evangelho, e testemunharam dos milagres extraordinários que Deus operava pelas mãos de Paulo.
·      Na carta escrita por Paulo aos efésios fica evidente o alto nível de vida espiritual vivenciada naquela igreja, mas apesar de tantas outras bênçãos, a igreja em Éfeso, assim como as demais igrejas da Ásia, foi seriamente e claramente advertida quanto aos perigos que a rondaria, e que trabalharia no sentido de removê-la de sua fé, amor e ortodoxia. Em Ef 6 Paula declara que há uma batalha sendo travada.
v A autoridade do crente é revelada de forma mais am­pla no livro de Efésios do que em qualquer outra epís­tola escrita às igrejas.

·      A primeira oração de Paulo nesta carta enfatiza a necessidade de iluminação
·      Esta oração do texto enfatiza capacitação. A ênfase agora não é no conhecer, mas no ser. Esta oração é o ponto culminante da teologia de Paulo. É considerada a oração mais ousada da história. Paulo está preso, na ante-sala da morte, com muitas necessidades físicas e materiais imediatas, porém, ele não faz nenhuma espécie de pedido a Deus relativos às necessidades materiais.
v Os homens podem colocar Paulo atrás das grades, mas não podem enjaular a sua alma. Eles podem algemar Paulo, mas não podem algemar a Palavra de Deus. Ele podem proibir Paulo de viajar, visitar e pregar nas igrejas, mas não podem impedir Paulo de orar pelas igrejas.
v Paulo estava na prisão, mas não inativo.
·      Ele estava realizando um poderoso ministério na prisão: o ministério da intercessão. Paulo nunca separou o ministério da Palavra do ministério da oração. Palavra e oração andam juntas. Hoje, a maioria dos teólogos não são homens de oração. E os homens que oram não se apaixonam pela teologia. Precisamos ter a cabeça cheia de luz e o coração cheio de fogo.

a)   A postura de Paulo na oração revela reverência v. 14. Os judeus normalmente oravam de pé, mas Paulo se coloca de joelhos. Um santo de joelhos enxerga mais longe do que um filósofo na ponta dos pés. Quando a igreja ora o céu se movem, o inferno treme e coisas novas acontecem na terra. Quando o homem trabalha, o homem trabalha; mas quando o homem ora, Deus trabalha.
b)   A motivação de Paulo revela exultação pela obra de Deus na igreja v. 14,15. “Por esta causa”. Os versos 14 e 1 falam da gloriosa reconciliação dos gentios com Deus e dos gentios com os judeus, formando uma única igreja, o corpo de Cristo.
è A igreja da terra e a igreja do céu são a mesma igreja, a família de Deus. Paulo fala aqui da igreja militante na terra e da igreja triunfante no céu como sendo uma única igreja. Somos a mesma igreja. Os nomes de todos os crentes, sejam os que ainda estão na terra, sejam os que já estão no céu, estão escritos em um só livro da vida.
c)    A audácia de Paulo revela sua confiança v. 16 “segundo a riqueza da sua glória”. Paulo manifesta o desejo de que Deus atenda às suas súplicas. A glória de Deus não é um atributo de Deus, mas o fulgor pleno de todos os atributos de Deus. O apóstolo tinha em mente os ilimitados recursos que estão disponíveis a Deus. Podemos fazer pedidos audaciosos a Deus. Seus recursos são inesgotáveis.

TRANSIÇÃO: O QUE É UMA ORAÇÃO OUSADA?

1)             UMA ORAÇÃO OUSADA É UMA SÚPLICA POR PODER INTERIOR v. 16,17.

·      A presença do Espírito na vida é evidência de salvação, mas o poder do Espírito é evidência de capacitação para a vida At 1:8.
·      Precisamos ser fortalecidos com poder porque somos fracos, porque o diabo é astucioso, porque nosso homem interior: mente, coração e vontade depende do poder do alto para viver em santidade.
·      O poder do Espírito Santo nos é dado de acordo com as riquezas da sua glória.
·      Cada cristão é habitado pelo Espírito Santo e é templo do Espírito Santo. A habitação de Cristo, aqui, porém, é uma questão de intensidade. Havia duas palavras distintas para habitar: paroikéo e Katoikéo. A primeira palavra significa habitar como estrangeiro, para um peregrino que está morando longe de sua casa. Katoikéo por outro lado, significa estabelecer-se em algum lugar. Refere-se a uma habitação permanente em contraste com uma temporária, e é usada tanto para a plenitude da Divindade habitando em Cristo (Cl 2:9), quanto para a plenitude de Cristo habitando no coração do crente (Ef 3:17).
v A palavra Katoikéo também significa sentir-se bem ou sentir-se em casa. Cristo sente-se em casa em nosso coração.
è Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente.
v O coração do crente é o lugar da habitação de Cristo, onde ele está presente não apenas para consolar e animar, mas para reinar. Cristo nalguns está apenas presente; noutros, proeminente, e em outros ele é preeminente.

2)             UMA ORAÇÃO OUSADA É UMA SÚPLICA POR APROFUNDAMENTO NO AMOR FRATERNAL E COMPREENSÃO DO AMOR DE CRISTO v. 17,18,19b.

W   Para que Paulo pede poder do Espírito e plena soberania de Cristo em nós?
W   Paulo ora para que os crentes sejam fortalecidos para amar. Nessa nova comunidade de Éfeso que Deus está formando, o amor é a virtude mais importante.
·      Precisamos do poder do Espírito e da habitação de Cristo para amar uns aos outros, principalmente atravessando o profundo abismo racial e cultural que anteriormente nos separava.
·      Paulo usa duas metáforas para expressar a profundidade do amor: uma botânica, outra arquitetônica. Ambas enfatizando profundidade em contraste com superficialidade. Devemos estar tão firmes como uma árvore e tão sólidos como um edifício. O amor deve ser o solo em que a vida deve ser plantada; o amor deve ser o fundamento em que a vida deve ser edificada.
·      Uma árvore precisa ter suas raízes profundas no solo se ela quer encontrar provisão e estabilidade. Assim também é o crente. Precisamos estar enraizado no amor de Cristo.
W   A parte mais importante num edifício é o seu fundamento. Se ele não cresce para baixo solidamente, ele não pode crescer para cima seguramente. As tempestades da vida provam se nossas raízes e se o fundamento da nossa vida estão profundos (Mt 7:24-29).
W   O amor é a principal virtude cristã. O amor é a evidência do nosso discipulado. O amor é a condição para realizarmos a obra de Deus. O amor é o cumprimento da lei.

è O apóstolo passa agora do nosso amor pelos irmãos para o amor de Cristo por nós v. 18,19.
W   A idéia central do pedido provém de duas idéias: compreender v. 18 e conhecer v. 19. A primeira sugere compreensão intelectual. Significa apossar-se de alguma coisa, tornando-a sua propriedade. Mas o verbo conhecer refere-se a um conhecimento alcançado pela experiência. Portanto, a súplica implica em que os crentes tenham um conhecimento objetivo do amor de Cristo e uma profunda experiência nele.
è Paulo ora que possamos compreender o amor de Cristo em suas plenas dimensões: qual a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade. A referência às dimensões tem o propósito de falar da imensurabilidade desse amor.
a)   O amor de Cristo é suficientemente largo para abranger a totalidade da humanidade.
b)   Suficientemente comprido para durar por toda a eternidade.
c)    Suficientemente profundo para alcançar o pecador mais degradado.
d)   E suficientemente alto para levá-lo ao céu.

·      Precisamos da totalidade da igreja, sem barreira de raça, cultura, cor e denominação para compreendermos o grande amor de Cristo por nós. Só iremos desfrutar desse amor como Igreja quando nos amarmos uns aos outros.

3)             UMA ORAÇÃO OUSADA É UMA SÚPLICA PELA PLENITUDE DE DEUS  v. 19b.

è Nesta carta aos Efésios Paulo nos fala que devemos ser cheios de plenitude do Filho (1:23), do Pai (3:19) e do Espírito Santo (5:18). Devemos ser cheios da própria Trindade. Embora Deus seja transcendente e nem os céus dos céus podem contê-lo, ele habita em nós. O pedido de Paulo é que sejamos tomados de toda a plenitude de Deus!
·      Deus está presente em cada célula, em cada membro do corpo, em cada área da vida. Tudo está tragado pela presença e pelo domínio de Deus.
·      Devemos ser cheios não apenas com a plenitude de Deus, mas até a plenitude de Deus. Devemos ficar cheios até o limite, cheios até aquela plenitude de Deus que os seres humanos são capazes de receber sem deixarem de permanecer humanos.

è Paulo mostra a capacidade de Deus para responder as orações de modo dinâmico numa expressão composta com sete etapas – v. 20

a)   Deus é poderoso para fazer – Pois ele não está ocioso, nem inativo nem morto.
b)   Deus é poderoso para fazer o que pedimos – Pois escuta a oração e a responde.
c)    Deus é poderoso para fazer o que pedimos ou pensamos – Pois lê os nossos pensamentos.
d)   Deus é poderoso para fazer tudo quanto pedimos ou pensamos – Porque sabe de tudo e tudo pode realizar.
e)    Deus é poderoso para fazer mais do que tudo que pedimos ou pensamos – Pois suas expectativas são mais altas do que as nossas.
f)    Deus é poderoso para fazer muito mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos – Porque a sua graça não é dada por medidas racionadas.
g)   Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos – Pois é o Deus da superabundância.

CONCLUSÃO:


·      A doxologia ao Deus que responde as orações – v. 21
è Nada poderia ser acrescentado a essa oração de Paulo senão a doxologia. “A ele seja a glória” – exclama Paulo, a este Deus com poder para ressuscitar, ao Único que pode fazer com que o sonho se torne realidade. O poder vem da parte dele; a glória deve ser dada a ele.
è
“A ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre amém”. A igreja é a esfera onde a glória de Deus se manifesta. A Deus seja a glória no corpo e na cabeça, na comunidade da paz e no Pacificador, por todas as gerações (na História), para todo o sempre (na eternidade).

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