Efésios
3.14-21
INTRODUÇÃO:
·
Capital da província romana da Ásia (atualmente,
parte da Turquia), residência oficial do governador, cerca de 500.000
habitantes, grande centro cultural, comercial e religioso, Éfeso foi alcançada pelo Evangelho no final da segunda
viagem missionária de Paulo, que ao chegar à cidade pregava aos judeus na
sinagoga. Em sua terceira viagem missionária Paulo retornou a Éfeso, onde se
estabeleceu por um período de três anos.
·
A igreja em Éfeso foi destinatária de duas cartas:
a)
A primeira enviada por
Paulo entre 60-64 d.C. (Ef 1.1-2).
b)
A segunda enviada por
Cristo através de João por volta do ano 96 d.C. (Ap
2.1-7).
·
Em seus primórdios, a igreja
em Éfeso foi contemplada com a plenitude do poder do Espírito, derramada sob a
imposição de mãos de Paulo, e manifesta através da manifestação do falar em
línguas e de profecias At 19.6-7.
v
Éfeso se tornou uma base missionária estratégica, a partir de onde todos os habitantes da Ásia foram alcançados pela
mensagem do Evangelho, e testemunharam dos milagres extraordinários que Deus
operava pelas mãos de Paulo.
· Na carta escrita por Paulo aos efésios fica
evidente o alto nível de vida espiritual vivenciada naquela igreja, mas apesar de tantas outras
bênçãos, a igreja em Éfeso, assim como as demais igrejas da Ásia, foi
seriamente e claramente advertida quanto aos perigos que a rondaria, e que
trabalharia no sentido de removê-la de sua fé, amor e ortodoxia. Em Ef 6 Paula declara que há uma batalha sendo travada.
v A autoridade do crente é revelada de forma mais ampla no livro de
Efésios do que em qualquer outra epístola escrita às igrejas.
·
A primeira
oração de Paulo nesta carta enfatiza a necessidade de iluminação.
·
Esta oração do texto enfatiza capacitação. A ênfase
agora não é no conhecer, mas no ser. Esta oração é o ponto culminante da
teologia de Paulo. É considerada a oração mais ousada da história. Paulo está
preso, na ante-sala da morte, com muitas necessidades físicas e materiais
imediatas, porém, ele não faz nenhuma espécie de pedido a
Deus relativos às necessidades materiais.
v
Os homens podem colocar Paulo atrás das grades, mas não
podem enjaular a sua alma. Eles podem algemar Paulo, mas não
podem algemar a Palavra de Deus. Ele podem proibir Paulo de viajar, visitar e
pregar nas igrejas, mas não podem impedir Paulo de orar pelas igrejas.
v
Paulo estava na prisão, mas não inativo.
·
Ele estava
realizando um poderoso ministério na prisão: o ministério
da intercessão. Paulo nunca separou o ministério da Palavra do ministério
da oração. Palavra e oração andam juntas. Hoje, a maioria dos teólogos não
são homens de oração. E os homens que oram não se apaixonam pela
teologia. Precisamos ter a cabeça cheia de
luz e o coração cheio de fogo.
a)
A postura de Paulo na oração revela
reverência
v. 14.
Os judeus normalmente oravam de pé, mas Paulo se coloca de joelhos. Um santo de joelhos enxerga mais longe do que um filósofo
na ponta dos pés. Quando a igreja ora o céu se movem, o inferno
treme e coisas novas acontecem na terra. Quando o homem trabalha, o homem
trabalha; mas quando o homem ora, Deus trabalha.
b)
A motivação de Paulo revela exultação
pela obra de Deus na igreja v. 14,15. “Por esta causa”. Os versos 14 e 1 falam
da gloriosa reconciliação dos gentios com Deus e dos gentios com os judeus,
formando uma única igreja, o corpo de Cristo.
è A igreja da terra e a igreja do céu são a mesma igreja, a família de Deus. Paulo fala aqui da igreja militante na terra e da igreja triunfante no céu como sendo uma única igreja. Somos a mesma igreja. Os nomes de todos os crentes, sejam os que ainda estão na terra, sejam os que já estão no céu, estão escritos em um só livro da vida.
è A igreja da terra e a igreja do céu são a mesma igreja, a família de Deus. Paulo fala aqui da igreja militante na terra e da igreja triunfante no céu como sendo uma única igreja. Somos a mesma igreja. Os nomes de todos os crentes, sejam os que ainda estão na terra, sejam os que já estão no céu, estão escritos em um só livro da vida.
c)
A audácia de Paulo revela sua confiança v. 16 “segundo a riqueza da sua glória”. Paulo manifesta o desejo de que
Deus atenda às suas súplicas. A glória de Deus não é um atributo de
Deus, mas o fulgor pleno de todos os atributos de Deus. O apóstolo tinha em
mente os ilimitados recursos que estão disponíveis a Deus. Podemos fazer
pedidos audaciosos a Deus. Seus recursos são inesgotáveis.
TRANSIÇÃO:
O QUE É UMA ORAÇÃO OUSADA?
1)
UMA ORAÇÃO OUSADA É UMA SÚPLICA POR
PODER INTERIOR v. 16,17.
·
A presença do Espírito
na vida é evidência de salvação, mas
o poder do Espírito é evidência de capacitação para a vida At 1:8.
·
Precisamos ser
fortalecidos com poder porque somos fracos, porque o diabo
é astucioso, porque nosso homem interior: mente, coração e vontade depende do
poder do alto para viver em santidade.
·
O poder do
Espírito Santo nos é dado de acordo com as riquezas da sua glória.
·
Cada cristão
é habitado pelo Espírito Santo e é templo do Espírito Santo. A habitação de
Cristo, aqui, porém, é uma questão de intensidade. Havia duas
palavras distintas para habitar: paroikéo e Katoikéo. A
primeira palavra significa habitar como estrangeiro, para um peregrino que está
morando longe de sua casa. Katoikéo por outro lado, significa estabelecer-se em
algum lugar. Refere-se a uma habitação permanente em contraste com uma temporária,
e é usada tanto para a plenitude da Divindade habitando em Cristo (Cl 2:9),
quanto para a plenitude de Cristo habitando no coração do crente (Ef 3:17).
v
A
palavra Katoikéo também significa sentir-se bem ou sentir-se em casa. Cristo
sente-se em casa em nosso coração.
è Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente.
è Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente.
v
O
coração do crente é o lugar da habitação de Cristo, onde ele está presente não
apenas para consolar e animar, mas para reinar. Cristo nalguns está apenas
presente; noutros, proeminente, e em outros ele é preeminente.
2)
UMA ORAÇÃO OUSADA É UMA SÚPLICA POR
APROFUNDAMENTO NO AMOR FRATERNAL E COMPREENSÃO DO AMOR DE CRISTO v. 17,18,19b.
W
Para que Paulo
pede poder do Espírito e plena soberania de Cristo em nós?
W
Paulo ora para que os crentes sejam fortalecidos
para amar.
Nessa nova comunidade de Éfeso que Deus está formando, o amor é a virtude mais
importante.
·
Precisamos do
poder do Espírito e da habitação de Cristo para amar uns aos outros, principalmente
atravessando o profundo abismo racial e cultural que anteriormente nos
separava.
·
Paulo usa duas
metáforas para expressar a profundidade do amor: uma botânica,
outra arquitetônica. Ambas enfatizando profundidade em contraste com
superficialidade. Devemos estar tão firmes como
uma árvore e tão sólidos como um edifício. O amor deve ser o
solo em que a vida deve ser plantada; o amor deve ser o fundamento em que a
vida deve ser edificada.
·
Uma árvore
precisa ter suas raízes profundas no solo se ela quer encontrar provisão e
estabilidade.
Assim também é o crente. Precisamos estar enraizado no amor de Cristo.
W
A parte mais
importante num edifício é o seu fundamento. Se ele
não cresce para baixo solidamente, ele não pode crescer para cima seguramente. As tempestades da vida provam se
nossas raízes e se o fundamento da nossa vida estão profundos (Mt 7:24-29).
W
O
amor é a principal virtude cristã. O amor é a evidência do nosso discipulado. O
amor é a condição para realizarmos a obra de Deus. O amor é o cumprimento da
lei.
è O apóstolo
passa agora do nosso amor pelos irmãos para o amor de Cristo por nós v. 18,19.
W
A idéia central
do pedido provém de duas idéias: compreender v. 18 e conhecer v. 19. A primeira sugere compreensão intelectual.
Significa apossar-se de alguma coisa, tornando-a sua propriedade. Mas o verbo conhecer refere-se a um conhecimento
alcançado pela experiência. Portanto, a súplica implica em que
os crentes tenham um conhecimento objetivo do amor de Cristo e uma profunda
experiência nele.
è Paulo ora que possamos compreender o amor de Cristo em suas plenas dimensões: qual a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade. A referência às dimensões tem o propósito de falar da imensurabilidade desse amor.
è Paulo ora que possamos compreender o amor de Cristo em suas plenas dimensões: qual a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade. A referência às dimensões tem o propósito de falar da imensurabilidade desse amor.
a)
O amor de Cristo é suficientemente largo para
abranger a totalidade da humanidade.
b)
Suficientemente comprido para durar por toda a
eternidade.
c)
Suficientemente profundo para alcançar o pecador
mais degradado.
d)
E suficientemente alto para levá-lo ao céu.
·
Precisamos
da totalidade da igreja, sem barreira de raça, cultura, cor e denominação para
compreendermos o grande amor de Cristo por nós. Só iremos desfrutar desse amor
como Igreja quando nos amarmos uns aos outros.
3)
UMA ORAÇÃO OUSADA É UMA SÚPLICA PELA
PLENITUDE DE DEUS v. 19b.
è Nesta carta aos Efésios Paulo nos fala que devemos ser cheios de plenitude do Filho (1:23), do Pai (3:19) e do Espírito Santo (5:18). Devemos ser cheios da própria Trindade. Embora Deus seja transcendente e nem os céus dos céus podem contê-lo, ele habita em nós. O pedido de Paulo é que sejamos tomados de toda a plenitude de Deus!
·
Deus
está presente em cada célula, em cada membro do corpo, em cada área da vida.
Tudo está tragado pela presença e pelo domínio de Deus.
·
Devemos ser cheios não apenas com a plenitude de Deus,
mas até a plenitude de Deus. Devemos ficar cheios até o limite,
cheios até aquela plenitude de Deus que os seres humanos são capazes de receber
sem deixarem de permanecer humanos.
è Paulo mostra a capacidade de
Deus para responder as orações de modo dinâmico numa expressão
composta com sete etapas – v. 20
a)
Deus é poderoso
para fazer
– Pois ele não está ocioso, nem inativo nem morto.
b)
Deus é poderoso para
fazer o que pedimos – Pois escuta a oração e a responde.
c)
Deus é poderoso
para fazer o que pedimos ou pensamos – Pois lê os nossos pensamentos.
d)
Deus é poderoso
para fazer tudo quanto pedimos ou pensamos – Porque sabe
de tudo e tudo pode realizar.
e)
Deus é poderoso
para fazer mais do que tudo que pedimos ou pensamos – Pois suas
expectativas são mais altas do que as nossas.
f)
Deus é poderoso
para fazer muito mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos – Porque a sua
graça não é dada por medidas racionadas.
g)
Deus é poderoso
para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos – Pois é o Deus
da superabundância.
CONCLUSÃO:
·
A doxologia ao Deus que responde as orações – v. 21
è Nada poderia ser acrescentado a essa oração de Paulo senão a doxologia. “A ele seja a glória” – exclama Paulo, a este Deus com poder para ressuscitar, ao Único que pode fazer com que o sonho se torne realidade. O poder vem da parte dele; a glória deve ser dada a ele.
è “A ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre amém”. A igreja é a esfera onde a glória de Deus se manifesta. A Deus seja a glória no corpo e na cabeça, na comunidade da paz e no Pacificador, por todas as gerações (na História), para todo o sempre (na eternidade).
è Nada poderia ser acrescentado a essa oração de Paulo senão a doxologia. “A ele seja a glória” – exclama Paulo, a este Deus com poder para ressuscitar, ao Único que pode fazer com que o sonho se torne realidade. O poder vem da parte dele; a glória deve ser dada a ele.
è “A ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre amém”. A igreja é a esfera onde a glória de Deus se manifesta. A Deus seja a glória no corpo e na cabeça, na comunidade da paz e no Pacificador, por todas as gerações (na História), para todo o sempre (na eternidade).
Contatos com Pr. Nilton Jorge
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